Então é isso, o fim. Será que meus pensamentos liberaram a visão correta? Ou eu estava acima do limite?
Tantas perguntas que eu jamais soube responder, queria me enfiar embaixo da cama e só sair de lá quando todos que eu conheço sumissem! Sim, eu estava amando a pessoa errada. Aquele amor que machuca, fere, destrói. Já não era a mesma menina simpática, eu havia me tornado uma desesperada sonhadora com medo do próprio coração! Aliás, que coração? Se o meu eu havia entregado completamente de um jeito que eu jamais imaginei! E lá estava eu sentada, com um tique-nervoso, frio na barriga, unhas no toco e com arrepios de cima a baixo. Era o fim, eu estava ali determinada a acabar com meu sofrimento, eu estava exatamente como imaginei que estaria!
Tudo que eu estava sentindo duplicou, minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam e minha respiração parou. Ele chegou. Abobrinhas e gaguejo eram as únicas coisas que saíram de minha boca, por que eu não a tampei? Como pode ser tão difícil dizer o que penso?
De novo eu estava sentada, tentando entender tudo o que acabou de acontecer. Eu só conseguia pensar naquelas devastadoras palavras "eu nunca te amei, desculpa mesmo!". Tudo bem, eu estava bem, claro que estava, eu mesma me dizia isso, como não estaria? Eu finalmente estava livre, podia fazer o que eu queria... Não, não posso, jamais pude, a unica coisa que quis fazer desde que o conheci, era estar ao seu lado, o maior tempo possível. Drama meu, ou eu estava passando por aquelas tipicas cenas de filmes? Eu queria correr, queria fugir... eu queria chorar. A volta para casa foi como um velório, era triste, doía muito, eu queria arrancar aquela dor de dentro de mim, eu forçava minha mão sobre meu peito tentando ameniza-la, mas nada disso funcionou. Por que? Por que comigo?
Já tinha se passada 12 dias desde o fim do meu relacionamento. Eu ainda estava mal, mas dessa vez aprendi a esconder isso. Eu sorria chorando, eu falava gritando, eu comia vomitando, eu o amava o mesmo tanto.
